LEILÃO DE ESCOLAS EM SP REFORÇA MIGRAÇÃO DE EMPRESAS DE ENGENHARIA PARA PPPS, DIZ ESPECIALISTA
O resultado do leilão do Lote Leste do projeto Novas Escolas, arrematado por um grupo de construtoras nesta segunda-feira, 4, reforça a tendência de migração de empresas de engenharia das obras públicas para parcerias público-privadas (PPP). A avaliação é do sócio do escritório Castro Barros Advogados e do especialista em infraestrutura, Paulo Henrique Dantas.
“O leilão de hoje mostra que um novo mercado se abre para as empresas de engenharia, que estão migrando para o mercado de concessões e PPPs em detrimento dos contratos de obras públicas, que têm diminuído”, afirma da Dantas.
O SP + Escolas, composto pelas construtoras Agrimat Engenharia, CDL, CBI, DP Barros e A100X Empreendimentos, arrematou hoje a concessão para construir e administrar 16 unidades escolares no Estado de São Paulo. A oferta vencedora foi de R$ 11,546 milhões, desconto de 22,51% ante o valor máximo estipulado pelo governo para ser pago mensalmente à concessionária após a realização das obras.
O SP + Escolas desbancou outros dois proponentes: CS Infra Social, do Grupo Simpar, e o Consórcio Jope ISB, formado pela Jope, 4UM e a Perfin. O investimento estimado é de R$ 1,1 bilhão ao longo de 25 anos de concessão para atividades não pedagógicas.
Para Dantas, as PPPs de educação têm atraído cada vez mais o interesse de vários grupos. “Um dos setores que vêm participando é o de estradas, como forma de diversificar o portfólio de negócios”, comenta.
Na última terça-feira, o Consórcio Novas Escolas, formado pela gestora Kinea e a empresa de engenharia Engeform, foi a vencedora da disputa pelo Lote Oeste da PPP Novas Escolas, depois de competir com outros quatro licitantes. Dois dias depois, a Kinea se uniu ao grupo de construtoras Way Brasil para arrematar a Rota do Zebu (BR-262), rodovia entre as cidades mineiras de Betim e Uberaba.